Contragolpe de estado

A crise política, e a classificação da seleção de Honduras para sua segunda Copa do Mundo, mexeram com o país mais turbulento da América Central.
Enquanto “La H” - apelido da seleção hondurenha - se preparava para a partida decisiva diante de El Salvador, o presidente deposto Manuel Zelaya reunia partidários na Embaixada brasileira, onde está refugiado desde setembro, para acompanhar o jogo que garantiria o passaporte de Honduras para a África do Sul.
Apaixonado por futebol, Zelaya é um fanático torcedor do Motagua, segundo clube mais popular do país. Mas nem mesmo torcedores do rival Olimpia, dono da maior torcida e de 22 títulos nacionais, poupam esforços para reconduzi-lo à Presidência.
“Os Ultras”, como são conhecidos, se juntaram à “Revolocos”, torcida organizada do Motagua, para ingressar no movimento da Resistência pró-Zelaya. Harmonia bem distinta do penúltimo clássico entre os dois times, ocorrido em julho, quando um confronto entre torcidas deixou três mortos.
Em Honduras, futebol e política se aproximaram tanto nos últimos meses que até a oposição tentou tirar proveito do bom momento da seleção, que volta ao Mundial após 28 anos.
Antes das eleições, o presidente interino Roberto Micheletti decretou feriado nacional e organizou, por baixo dos panos, uma cerimônia para homenagear os jogadores logo após o retorno da delegação vinda de El Salvador.
Correligionários ainda espalharam cartazes pela capital Tegucigalpa dizendo que La H só chegou à Copa por conta do afastamento de Zelaya do poder.
No jogo político de Honduras, vale tudo.
- Postado por: Breiller Pires às 14h35
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