Jogador profissional

Dodô vai vestir a camisa do Flu em 2008.
Se a Fifa não estabelecer punição pelo doping ao atacante, ou se alguma proposta milionária do exterior não pintar até o final do ano, a torcida tricolor já pode preparar a festa para receber seu novo camisa 7.
Desgastado com dirigentes botafoguenses, Dodô admitiu que vai deixar General Severiano ao fim de seu contrato, em dezembro. O Fluminense, que anda atrás de um goleador para a Libertadores, procurou o atacante e praticamente já acertou toda negociação para levá-lo às Laranjeiras.
Dodô, de ídolo maior dos botafoguenses nos últimos anos, passa a ser visto como mercenário. Fácil, fácil.
Ir para o rival, Dodô? Que pecado. A torcida não perdoa. Vão te chamar de mercenário e tudo mais. Vão apagar da memória os seus gols, sempre bonitos. Vão se esquecer dos jogos em que você carregou o time praticamente sozinho.
É, Dodô, mas você não é o primeiro. Lembra do Alex Dias, que trocou o Vasco pelo São Paulo, e depois foi para o Fluminense? Mercenário, entre os vascaínos.
Petkovic: esse também é mercenário, mas para a torcida do Flamengo. Trocou a Gávea pelo CT do maior rival, o Vasco. Imperdoável, diria a massa rubro-negra.
Às vezes, o que falta nesse futebol moderno, cada vez mais profissional, é um jogador que chega como o Souza, revelado na Colina, e que, ao chegar ao rival Flamengo, revelou-se rubro-negro de coração e alfinetou sem dó: “Eu quero é meter gol no Vasco!”
Vascaínos o terão como mercenário para sempre. Porém, isso seria uma coisa mais bem resolvida, uma rixa formalizada.
Torcedor não tem sempre razão? Então, pra que dirigentes, jogadores, técnicos e jornalistas continuam cobrando mais profissionalismo no futebol brasileiro?
Jogador que troca o clube pelo rival é mercenário, não é? Dodô, agora, é mercenário. E como a profissionalização já chegou aqui faz tempo, ele ainda deveria cobrar da torcida os gols que fez com a camisa do Botafogo.
- Postado por: Breiller Pires às 12h38
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Futebol corporativo

O termo “clube-empresa” já é bem conhecido no repertório de jargões do meio futebolístico.
Há duas décadas, mais ou menos, o futebol também se rendeu às tentações do mundo capitalista, o que obrigou aos clubes a reformularem suas políticas administrativas. O mercado financeiro invadiu de vez o futebol.
Times que antigamente só faziam o feijão-com-arroz para botarem uma equipe em campo passaram a fechar contratos milionários com patrocinadores, a vender jogadores por cifras astronômicas e a pintar a fachada da agremiação com a cara de uma verdadeira empresa.
E o futebol virou negócio. Dos bons. Até porque arte e interesse comercial podem, sim, formar uma grande parceria. Mas isso é caso para outro tipo de discussão.
O fato é que, de uns tempos pra cá, a relação entre mercado e futebol tem tomado o caminho inverso. O mercado, das micro-empresas às grandes corporações, que invadira o futebol nos anos 80, se vê agora dominado por ele.
Pelo menos aqui, no Brasil, o futebol está cada vez mais presente nas organizações públicas e privadas. Tornou-se um valioso instrumento na gestão empresarial, seja por meio de ações sociais voltadas para o esporte ou pela realização de um torneio interno entre os funcionários.
Nesse aspecto, não é de se espantar a quantidade de campeonatos que vêm surgindo no universo corporativo. São muitos; do society ao campo, de dentro, na base do “setor contra setor”, para fora, no modo “empresa versus empresa”, da organização.
A verdade é que essas competições mobilizam funcionários, melhoram – apesar das rivalidades que sempre surgem - o relacionamento interno na organização e contribuem para o bem-estar daqueles que trabalham a semana inteira, esperando, ansiosos, pelo joguinho do final de semana.
Em alguns casos, o futebol é levado ainda mais a sério no trabalho. Dos pequenos torneios, alguns funcionários são selecionados para vestir o uniforme da empresa, não para trabalhar, mas sim para representá-la em torneios organizados pelas associações comerciais e industriais.
Teve até caso de empresa que virou clube de futebol profissional, como o J. Malucelli Futebol S/A, do Paraná – em 1994 -, que atualmente já disputa a primeira divisão do Paranaense.
A onda do futebol corporativo deve seguir em alta. Daqui a pouco as empresas, além de exigirem curso superior, língua estrangeira, experiência mínima e curso de informática, só vão dar emprego a quem tiver alguma habilidade com a bola nos pés.
No país do futebol, mão-de-obra qualificada não vai ser problema.
- Postado por: Breiller Pires às 19h29
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